Ir a Búzios de carro, a 160 quilômetros da cidade de Niterói, não era mais novidade para o grupo, formado por mim, o marido Maurício Gonçalves e o amigo Washington Magalhães Júnior. Por isso, as magrelas foram acionadas para a trip. As bicicletas passaram por revisão, economizamos no peso da bagagem; e a opção foi não fazer planejamento prévio para o pedal: paradas e pernoites estavam em aberto. Uma trip batizada de “Sem lenço e sem documentos”, aliás um projeto que reúne amigos de aventuras. Apenas uma decisão foi tomada: não seguir viagem ao cair da noite (por questão de segurança).
Incorporando um trajeto mais atrativo à viagem, a saída de Niterói e chegada em Maricá foi pelo Caminho de Darwin. Sem pressa e aproveitando as paradas, o primeiro pouso foi em Barra de Maricá, uma pousada com música alta e sem ar condicionado. Fazer o quê? Já estava anoitecendo e o pit stop ali se fez necessário.
Sobrevivemos ao calor e ao desrespeito dos que não iriam acordar cedo. No segundo dia, o grupo passou por toda a Apa (Área de Proteção Ambiental) de Maricá, Ponta Negra, Jaconé e chegou em Saquarema. Houve tempo para banho de mar, cerveja e a tradicional foto com a Igreja de Nossa Senhora de Nazareth ao fundo.
Revigorado, o grupo encontrou, enfim, a paz em uma pousada silenciosa e equipada com o saudoso ar condicionado. Uma saidinha até ao restaurante mais próximo nos apresentou o guia Andre Cheregatti, biólogo, garçom e bugreiro. André explicou que a trilha que liga Saquarema à Praia Seca tem quase dois quilômetros de areia e que o grupo poderia fazer essa travessia de bugre, para evitar um grande esforço e vislumbrar as lagoas de Jacarepiá e Vermelha, pouco conhecidas por locais e turistas. A trilha diminui em 10 quilômetros o trajeto entre Saquarema e Praia Seca.
A proposta foi aceita de cara. Não empurrar a bike debaixo de um solão e poder tomar banho nas lagoas, totalmente desconhecidas pela maioria das pessoas, era uma ideia tentadora. Mas, como levar três bikes e três pessoas em um bugre? André tornou possível a empreitada. Além de muito solícito, tem um grande conhecimento das questões ambientais, o que tornou o papo enriquecedor e animado. Acertamos em fazer a trilha com o André, ótimo guia.
Depois de Praia Seca, Cabo Frio e, finalmente, Búzios. Chegamos famintos e ávidos por uma cerveja. A partir daí, somente praias: Geribá, Ferradurinha e Ferradura, com as magrelas. O retorno foi de ônibus. Embarcamos as magrelas sem problemas e chegamos no ponto de partida : Niterói, uma cidade mais amiga da bike do que o Rio de Janeiro.
Búzios é uma cidade perigosa para ciclistas. Sem ciclovias, os motoristas são distraídos em relação às bicicletas e não há muito espaço para trafegar com as magrelas. Muitos carros nas ruas na alta temporada e engarrafamentos. O grande lance , mesmo, foi a viagem. Búzios era apenas o destino.
texto: Sandra S. Peleias
fotos: Mauricio Gonçalves
Viajar de bike sem pressa é muito bom!
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Com certeza, obrigada pelo comentário
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Foi seguramente uma aventura fantástica, magníficas paisagens!
Boas pedaladas
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Sim, sempre gostamos de realizar pedais desafios. Obrigada pelos comentários.
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